31 Days of Graves 2023

Sobre o desafio

#31DaysofGraves é um desafio de fotografia cemiterial organizado por Anna Fairley Nielsson (@annaandthedead), anualmente, durante o mês de Outubro. Para cada dia, um tema, e para cada tema, uma fotografia.

Seguem 31 dias de fotografias de cemitérios portugueses:

1 Flowers

Inaugurando os #31DaysofGraves de Outubro com as muitas flores amarelas do Cemitério do Prado do Repouso, Porto.

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2 Languages

Embora muita gente pense que este epitáfio, no jazigo 3971 do Cemitério dos Prazeres, está escrito numa qualquer língua arcaica, não é o caso. É mesmo português, semi-escondido atrás de uma cifra pigpen, ou "cifra maçónica".

Para mais informações sobre este jazigo, ver "A Simbólica maçónica existente no Cemitério dos Prazeres enquanto indicadora de novas sensibilidades perante a morte" de Dânia Rodrigues, no nº1 da Revista Sapiens: História, Património e Arqueologia (2009).

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3 Bird

Quando penso em pássaros na arte tumular, penso em pombas e corujas. Não pensava em galos, até ver este no Cemitério do Prado do Repouso, Porto.

Efetivamente, faz todo o sentido. Este acólito da luz tem tudo para ser um bom símbolo cemiterial.

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4 Big

O Jazigo dos Duques de Palmela, no Cemitério dos Prazeres, é conhecido por ser "o maior jazigo privado da Europa". Não sei se é verdade, mas confirmo que é bastante grande.

Nas fotografias do interior, é possível ver: o túmulo de Pedro de Sousa e Holstein, 1º Duque de Palmela, no piso subterrâneo do jazigo; o corredor que contorna o túmulo, com nichos para os muitos outros ocupantes do jazigo; o cenotáfio de Alexandre de Sousa e Holstein (pai do 1º Duque), no piso principal.

(E o que é um cenotáfio? É um monumento funerário dedicado a uma pessoa cujo corpo está noutro sítio qualquer. Neste caso, Alexandre de Sousa e Holstein está sepultado em Roma.)

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5 Small

Hoje, uma secção de enterramento temporário no Cemitério do Alto de São João.

Aqui, "apenas é permitida a colocação de um dos modelos de sepultura aprovados", bastante mais pequenos e modestos do que os monumentos perpétuos.

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6 Angel

Não sou grande apreciadora de anjos no cemitério (acho-os assim desinspirados) nem vos queria trazer "sepulturas de anjinhos" (aka sepulturas de crianças).

Sobrou este dramático jovem, com quem me cruzei recentemente no Cemitério de Agramonte, Porto.

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7 Eroded

Uma lápide praticamente ilegível fotografada algures em Sortelha, algures em 2010.

Acho que consigo ler ali um "Vicente Assis" seguido das datas "1861 (ou 1841?) - 1918". Quem dá mais?

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8 Material

Se o átrio da Estação de São Bento estiver cheio e a fachada da Igreja do Carmo infotografável, é dar um saltinho ao Cemitério do Prado do Repouso, Porto, onde também não faltam azulejos.

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9 Repurposed

Existe no Cemitério de Agramonte, Porto, uma secção onde não se enterram corpos. Trata-se do Serenarium, um espaço dedicado à colocação de cinzas de cremação.

Não é de origem, claro: quando o cemitério abriu, em 1855, a cremação ainda não era legal.

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10 Plaque

Não são bem placas nem são bem lápides, e passam despercebidas no chão da Capela dos Meninos de Palhavã, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

Sob elas repousam as vísceras de reis portugueses e afins: D. João V, D. João VI, e D. Pedro III, rei consorte.

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11 Repairs

Tudo se vende e tudo se compra, incluindo jazigos "perpétuos". Este jazigo no Cemitério de Agramonte, Porto, parece ter mudado de mãos recentemente.

Dos proprietários atuais, ainda não há sinal. Dos anteriores, terão sobrado estas lápides.

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12 Accidental Death

O Teatro Baquet ardeu em 1888. Morreram 80 pessoas, ou talvez 120. Repousam no Cemitério de Agramonte, num jazigo "composto de vários destroços de ferro [...] das ruínas do próprio theatro."

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13 Memento Mori

No jazigo 2455 do Cemitério de Agramonte, Porto, uma mensagem bilingue para quem por ali passa.

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14 Inside

Interior da capela e jazigo municipal do Cemitério da Conchada, Coimbra.

Estas fotos são de 2017. Em 2020, a Câmara Municipal de Coimbra abriu um um concurso público para a recuperação deste espaço. Esperemos que a obra tenha avançado 🤞

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15 Cross

Falar de cemitérios portugueses é quase sempre falar de cemitérios católicos. Hoje, uma exceção: o Cemitério Britânico do Porto, que, no século XVIII, foi "o primeiro verdadeiro cemitério permanente e ao ar livre" da cidade.

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16 Multiple People

Hoje temos um Conteúdo™ especial para os fãs de sepulturas antropomórficas: o cemitério medieval de Moreira de Rei, que se acredita ter estado em uso entre os séculos VIII e XIII, com algumas interrupções pelo meio.

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17 Urn

O Cônsul John Whitehead, fundador do Cemitério Britânico do Porto, está enterrado bem no centro da sua obra. O seu monumento rompeu com a tradição num cemitério que, até então, não permitira grande decoração nas sepulturas.

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18 Religious Symbolism

Este solene Mercúrio, deus do comércio, foi idealizado por Soares dos Reis para o jazigo de Francisco Antunes de Brito Carneiro no Cemitério de Agramonte, Porto.

Sem querer ser dramática: acho que é a minha escultura cemiterial favorita.

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19 Signature

Em 1868, Henriqueta Emília da Conceição mandou construir este jazigo para sepultar* a sua amada, morta há um ano.

A placa não identifica a amada, só a amante. Neste curioso jazigo do Cemitério do Prado do Repouso, é o nome de Henriqueta que perdura.

* Sepultou o corpo. O crânio levou para casa. Acho normalíssimo. Se o homem branco do século XIX podia colecionar crânios, porque não Henriqueta, meretriz portuense?

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20 Ironwork

Não sei rigorosamente nada sobre este jazigo (a ponto de nem saber se é mesmo de ferro-ferro).

Convido-vos a fazer um fact-checking no Cemitério dos Prazeres, Lisboa, ali bem pertinho do jazigo de Cesário Verde.

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PS - Os fact-checkers informaram que não é ferro, não, é aço corten.

21 Overgrown

Quando vi este tema soube logo onde vos trazer: o velhinho Cemitério de São Miguel do Mato, em Arouca, aqui retratado via telemóvel e via 35mm.

População acima do nível do solo: Manuel Lima, único ocupante identificado do jazigo.

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22 Mammal

Há mais de 100 colónias de gatos identificados e esterilizados na cidade do Porto, e duas delas vivem nos cemitérios de Agramonte e Prado do Repouso. Estes gatos de orelha cortada já fazem parte da paisagem, mas nem todos são tão pacientes como este.

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23 Occupation

Alexandre Pinto Pinheiro, capelão do Cemitério de Agramonte, tem um dos meus epitáfios favoritos: "jaz entre as suas obras e as suas flores"

Não consigo imaginar melhor forma de passar a eternidade.

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24 Chapel

A Igreja de Nossa Senhora da Fresta foi fundada no século XII. Hoje está cercada pelo cemitério de Trancoso, que, como todos os bons cemitérios, só foi fundado no século XIX.

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25 Mistake

Se lá fossem colocadas hoje, aquelas duas sepulturas* coladinhas ao Mosteiro de São Cristóvão de Lafões estariam em total incumprimento da lei.

Mas, no século XIX, até era bastante comum plantar cemitérios nas cercas e adros dos nossos mosteiros.

* Quando as vi pela primeira vez fiquei chocada. Na altura achava que sabia muito sobre cemitérios mas não sabia nada—nunca tinha lido sobre cemitérios e cercas conventuais na vida! Hoje já sei que não sei nada, e por isso vivo em paz.

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26 Portrait

Coisas que raramente fotografo em cemitérios: fotografias.

Se tirei esta fotografia da fotografia de Rodolfo de Araújo, Comandante dos Bombeiros Voluntários do Porto, foi apenas e só porque gostei dos símbolos profissionais esculpidos na placa.

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27 Cemetery Landscape

O Cemitério de Agramonte, no Porto, tem uma característica paisagística que não se vê muito nos cemitérios portugueses. Está bem visível nesta foto. Qual será?

É o caminho em curva! A maioria dos cemitérios portugueses tem uma planta desenhada à base de quadrículas mais ou menos regulares, separadas por caminhos rectilíneos. Em Agramonte, inovou-se com umas suaves curvas na zona central do cemitério.

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28 Died Overseas

No Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, morreram (ou foram mortos) 32 portugueses que agora repousam aqui, neste jazigo no Cemitério do Alto de São João, Lisboa.

Foram trasladados em 1978.

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29 Graveside Ornament

Gosto muito desta área comum no Cemitério do Prado de Repouso, Porto, cheia de velas colocadas por e para alguém, mas aos pés da campa de ninguém.

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30 Amusing

Se quiserem rir-se no Cemitério dos Prazeres, Lisboa, visitem a D. Aida Beatriz Conceição, falecida em 1986. As suas últimas palavras, de uma beleza sublime, foram gravadas no seu jazigo para a posteridade:

"Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus!"

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31 Spooky

Para as pessoas normais, a vida cabe entre duas datas. António Moreira Lopes precisou de mais uma: a data em que, 65 anos após a sua morte, foi exumado e encontrado (relativamente) intacto.

O seu corpo incorrupto pode ser visitado em Beire, Paredes.

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